Raso da Catarina, Brazil
Site Overview
KBA status: confirmed
Rationale for qualifying as KBA: This site qualifies as a Key Biodiversity Area of international significance that meets the thresholds for at least one criterion described in the Global Standard for the Identification of KBAs. Alliance for Zero Extinction (2018): site confirmed as an AZE site during the AZE project (2015-2018). Taxonomy, nomenclature and Red List category follow the IUCN 2016 Red List.
Text account
A região do Raso da Catarina, no sertão do nordeste baiano, é conhecida como a pátria da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) por ter sido o palco da descoberta dessa espécie criticamente em perigo na natureza, o que aconteceu somente em 1978. Antes disso, a arara-azul-de-lear era conhecida apenas por exemplares de origem indeterminada. A caatinga arbustiva é a vegetação típica nas áreas de 'raso', que são as regiões mais planas e elevadas, de solo arenoso. Nas grotas e em terrenos argilosos da calha do rio Vaza Barris, que drena a região, existem caatingas arbóreas e florestas semidecíduas, com árvores que podem ultrapassar 20 m de altura. Muito característicos da região são os cânions e desfiladeiros areníticos, com paredões rochosos de até 100 m de altura, que servem de dormitório e áreas de nidificação para as araras. O clima é semiárido quente, com pluviosidade anual inferior a 500 mm, podendo ocorrer anos completamente secos.
O problema ambiental mais grave na região é a captura ilegal de A. leari. Em 1992, foi criado pelo Ibama o Comitê para a Recuperação e Manejo da Arara-azulde- lear, com o objetivo de coordenar e acompanhar os estudos e as ações para a conservação da espécie. Contudo, mesmo com a presença de fiscais e pesquisadores na área, o tráfico dessa ave continua ocorrendo. Em 2004, seis indivíduos foram apreendidos pela Polícia Federal na cidade de São Paulo e encaminhados ao zoológico local. Além da pressão de captura, também a destruição do hábitat representa um risco à sobrevivência das araras-azuis-de-lear a longo prazo. A criação extensiva de cabras prejudica a regeneração de diversas plantas nativas, especialmente o licuri, uma vez que esses animais se alimentam das plântulas.