Raso da Catarina (20106)
Brazil, South America
Site overview
KBA status: confirmed
Global KBA criteria: A1b, A1d, A1e, B1, B2
Year of last assessment: 2018
National site name: Raso da Catarina
Central coordinates: Latitude: -9.9500, Longitude: -38.9833
System: terrestrial
Elevation (m): 0  to 800 
Area of KBA (km2): 4006.31827
Protected area coverage (%): 42.56
KBA classification: Global
Legacy site: Yes
Site details
Site description: A região do Raso da Catarina, no sertão do nordeste baiano, é conhecida como a pátria da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) por ter sido o palco da descoberta dessa espécie criticamente em perigo na natureza, o que aconteceu somente em 1978. Antes disso, a arara-azul-de-lear era conhecida apenas por exemplares de origem indeterminada. A caatinga arbustiva é a vegetação típica nas áreas de 'raso', que são as regiões mais planas e elevadas, de solo arenoso. Nas grotas e em terrenos argilosos da calha do rio Vaza Barris, que drena a região, existem caatingas arbóreas e florestas semidecíduas, com árvores que podem ultrapassar 20 m de altura. Muito característicos da região são os cânions e desfiladeiros areníticos, com paredões rochosos de até 100 m de altura, que servem de dormitório e áreas de nidificação para as araras. O clima é semiárido quente, com pluviosidade anual inferior a 500 mm, podendo ocorrer anos completamente secos.
Rationale for qualifying as KBA: This site qualifies as a Key Biodiversity Area of international significance that meets the thresholds for at least one criterion described in the Global Standard for the Identification of KBAs. Alliance for Zero Extinction (2018): site confirmed as an AZE site during the AZE project (2015-2018). Taxonomy, nomenclature and Red List category follow the IUCN 2016 Red List.
Additional biodiversity: O Raso da Catarina abriga a maior – e, por muito tempo, única – população conhecida de A. leari, um dos principais endemismos da Caatinga. A área ocupada pela população remanescente da espécie é estimada em cerca de 3.900 km2 e divide-se em dois núcleos principais, localizados em margens opostas do rio Vaza Barris: Serra Branca, em Jeremoabo, e Toca Velha, em Canudos. Censos realizados em outubro de 2003 estimaram em cerca de 500 indivíduos o número de araras que ainda vivem na região do Raso da Catarina. A Estação Biológica de Canudos protege as áreas de reprodução de A. leariem Toca Velha. A Estação Ecológica Raso da Catarina, situada ao norte do rio Vaza Barris, inclui um dormitório e alguns pontos de alimentação utilizados pela espécie na Serra Branca, mas a maior parte da área ocupada pelas araras nessa região encontra- se fora da unidade de conservação. O alimento principal da espécie são os cocos da palmeira licuri (Syagrus coronata), que apresenta distribuição agregada. Cerca de 30 manchas de licuri são utilizadas como pontos de alimentação pelas araras. A região também abriga uma rica avifauna, representativa da Caatinga. Há registros de 201 espécies e o Raso da Catarina divide com outras duas IBAs o posto de área com maior número de endemismos da Caatinga.
Habitats
| IUCN Habitat | Coverage % | Habitat detail | 
|---|---|---|
| Rocky Areas(e.g., inland cliffs, mountain peaks) | 33 | |
| Artificial - Terrestrial | 33 | |
| Forest | 33 | 
Threats
Summary of threats to biodiversity at KBA: O problema ambiental mais grave na região é a captura ilegal de A. leari. Em 1992, foi criado pelo Ibama o Comitê para a Recuperação e Manejo da Arara-azulde- lear, com o objetivo de coordenar e acompanhar os estudos e as ações para a conservação da espécie. Contudo, mesmo com a presença de fiscais e pesquisadores na área, o tráfico dessa ave continua ocorrendo. Em 2004, seis indivíduos foram apreendidos pela Polícia Federal na cidade de São Paulo e encaminhados ao zoológico local. Além da pressão de captura, também a destruição do hábitat representa um risco à sobrevivência das araras-azuis-de-lear a longo prazo. A criação extensiva de cabras prejudica a regeneração de diversas plantas nativas, especialmente o licuri, uma vez que esses animais se alimentam das plântulas.
Additional information
References: Sick (1997); BirdLife International (2000, 2004); Nascimento et al. (2001); Pedro C. Lima (verb.); Brandt & Machado (1990); Lima et al. (2003a,b); Sick et al. (1987); Collar et al. (1992); Teixeira (1992); Whitney & Pacheco (1994); Sugieda et al. (2000); Whitney et al. (2000); www.biodiversitas.org.br.