Key Biodiversity Areas

Trindade e Martim Vaz (20148)
Brazil, South America

Site overview


KBA status: confirmed
Global KBA criteria: A1bB1
Year of last assessment: 2006
National site name: Trindade e Martim Vaz
Central coordinates: Latitude: -20.5000, Longitude: -29.3000
System: marine, terrestrial
Elevation (m): 0 to 620
Area of KBA (km2): 16.63844
Protected area coverage (%): 2.26
KBA classification: Global
Legacy site: Yes

Site details


Site description: As ilhas oceânicas da Trindade e Martim Vaz representam os pontos mais orientais do território brasileiro. Trindade achase a pouco mais de 1.000 km de distância da costa do Espírito Santo, aproximadamente na latitude geográfica de Vitória. Possui área de 13,5 km2 e relevo irregular e fortemente escarpado. A vegetação da ilha é hoje essencialmente rasteira ou arbustiva, composta por ervas, gramíneas e ciperáceas, mas consta que 85% de sua superfície encontravam-se recobertos por densas florestas até o inídos cio do século XVIII. Em algumas partes elevadas da ilha (p.ex., na vertente oeste do Pico do Desejado) ainda existem formações subarbóreas dominadas por Myrsine floribunda e matas da samambaia endêmica Cyathea copelandii, que atinge até 6 m de altura. Martim Vaz, situada a cerca de 47 km a leste de Trindade, é composta por três pequenas ilhas e vários rochedos. A ilha maior tem 800 m de comprimento e 500 m de largura. Trindade e Martim Vaz não contam com população humana residente, mas há uma base avançada da Marinha instalada na primeira, responsável pela vigilância permanente das ilhas.
Rationale for qualifying as KBA: This site qualifies as a Key Biodiversity Area of international significance that meets the thresholds for at least one criterion described in the Global Standard for the Identification of KBAs.
Additional biodiversity: A avifauna autóctone das ilhas é composta exclusivamente por espécies marinhas, pelo menos oito das quais nidificantes. Trindade e Martim Vaz são os únicos sítios de reprodução confirmados de Pterodroma arminjoniana (grazina-detrindade), considerada endêmica dessa porção do Atlântico sul. Ao lado de Sterna fuscata (trinta-réis-das-rocas) e Anous stolidus (trinta-réis-escuro), é a espécie mais numerosa nas ilhas. Sua população foi estimada em 2.000–5.000 indivíduos em meados da década de 1990 e em 6.500 aves na virada do século. A colônia local de Gygis alba (grazina) é, possivelemente, a segunda maior do Atlântico Sul. Fregata minor (tesourãogrande) e F. ariel (tesourão-pequeno) têm em Trindade e Martim Vaz seus únicos locais de reprodução no oceano Atlântico, ocorrendo como as subespécies endêmicas F. m. nicollie F. a. trinitatis. Ambas parecem ter sofrido um severo declínio, ainda não adequadamente avaliado, e podem estar em risco. Pterodroma hasitata, espécie Em Perigo, foi observada em alto mar nas vizinhanças do arquipélago no final da década de 1980, mas não são conhecidos maiores detalhes sobre esse registro. Especulase, inclusive, que esse petrel possa nidificar nas ilhas, mas é mais provável que ocorra apenas acidentalmente. Como espécies introduzidas, são encontradas em Trindade a galinha-d’angola, o pombo-doméstico, o canário-da-terra (Sicalis flaveola) e o bico-de-lacre (Estrilda astrild).

Habitats


IUCN HabitatCoverage %Habitat detail
Rocky Areas(e.g., inland cliffs, mountain peaks)100

Threats


Summary of threats to biodiversity at KBA: As queimadas, o corte indiscriminado de árvores e a introdução de animais domésticos (caprinos, ovinos e suínos) praticamente eliminaram a cobertura florestal original da ilha da Trindade, levando a forte erosão em toda a sua superfície, com perda significativa de solo e esgotamento de mananciais hídricos. Atualmente, a ilha é alvo de um plano de recuperação ambiental que visa reconstituir a vegetação original em pontos onde o solo ainda mostra-se favorável. Os mamíferos domésticos introduzidos na ilha já foram, em sua maior parte, erradicados. Pterodroma arminjoniana, a única espécie globalmente ameaçada com nidificação confirmada nas ilhas, possui uma área de reprodução muito pequena, o que a torna particularmente vulnerável.

Additional information


References: Almeida (2000); Goerck (1992); Flora e vegetação da ilha da Trindade, recuperação e manejo – Plano Piloto (http://acd.ufrj.br/~mndb/ trimanpo.html); Vooren & Brusque (1999); Novaes (1952); BirdLife International (2000); Fonseca Neto (2004); Antas (1990); Luigi & Nacinovic (1997); CBRO (2000); Sick (1997); Moreira et al. (1995); Fundação BIO-RIO et al. (2002).